Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

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terça-feira, abril 27, 2010

Uma tragédia anunciada, mas não ensaiada - considerações muito pessoais

Mais um ensaio sobre o Beco, escrito dias depois do acontecido. Antes do post anterior. Mais ácido e irônico, mais pessoal e talvez inconsequente. Tem horas que a gente só precisa pôr pra fora. 

Era ensaio, e era valendo. O dragão despertou e, àquela primeira semana do mês de abril, fez o que há muito prometera: com fogo nas narinas, reuniu a cavalaria, tapou a vila de tapumes e mandou brasa. Ninguém entra, todo mundo sai. E acabou-se o que era Beco.

Melhor contar a história com um tanto mais de lucidez, antes que seja má interpretada. É preciso desdizer o gostinho de truculência e de unilateralidade deixado pelo parágrafo anterior. Houve sim o uso da autoridade, distante alguns metros do conceito de autoritarismo.

Ocorre que a ordem de despejo, que mais parecia com um gentil pedido-implorado para que educadamente se retirassem, já estava mais que vencida. Fedia na cova. E, enquanto escrevo, pensando cá se não estou fugindo à razão, recordo vivamente a fala de dona Gorete, vendedora do Beco desde a fundação, dizendo-me que quando foram para lá, há 18 anos, já havia o projeto do Metrofor, "a gente já sabia que ia ter que sair de lá". Duas décadas de aviso, diz pra mim se o defunto não estava podre?
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domingo, abril 25, 2010

Croniquetas finais do Beco - Um almoço entre os escombros


Esse é o texto que deveria ter saído no jornal O Povo, mas não deu. Coisas de espaço (ou da falta dele, melhor dizendo).

Acompanhei tudo por boatos. Ouvi falar em polícia, invasão, saque. Mal vi na Tv. As matérias tão curtinhas... Precisei ver de perto. Fui ontem ao Centro e, de pronto, descendo na Av. do Imperador, duas coisas me vieram à cabeça: primeiro, uma pergunta. “Como pode uma semana, de repente, fazer um marco na história de Fortaleza?” Está feito. A 2ª semana de abril de 2010 é sim um marco para esta cidade. E segundo, uma frase, presente em todo o trajeto: “acabou-se o que era Beco”.


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terça-feira, novembro 24, 2009

SAIU O LIVRO!!!!

SAIU, SAIU, SAIU!


Este post será curto e grosso!



ESTOU INDO PRA GRÁFICA IMPRIMIR MEU LIVRO-REPORTAGEM, MAS NÃO VOU ESPERAR MAIS!


AÍ ESTÁ POSTADO PARA QUEM QUISER LER!


HISTÓRIAS DE BECO ESTREA HOJE PARA O MUNDO!


http://issuu.com/mayara.carol/docs/livro_beco_oficial_-_para_issuu


MUITO FELIIIIIZZZZZ!!!!!

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sábado, novembro 07, 2009

Eu, Jornalista - cansada e confusa...

Milhões de coisas na cabeça. Quando estou assim não consigo escrever. Sinto-me como um sujeito apavorado que se põe afônico de não saber o que dizer primeiro. A quinta-feira foi difícil, só hoje, sábado, conseguirem narrá-la. Foi um daqueles dias em que você se depara com tantas variáveis de uma constatação aparentemente resoluta que sua cabeça parece inchar feito um balão, de tantas dúvidas e certezas que aparecem. Meio incompreensível, né? Vou clarear as coisas. Detesto aparentar que minha vida se resuma a isso, mas é novamente o Beco.


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quarta-feira, novembro 04, 2009

A noite depois do Dia

É o fim do dia de aniversário e eu estou sim mais velha. Ainda leio coisas das quais creio ter total domínio, mas no fim não sei explicar; ainda me sinto menina demais pra profissão; ainda estou insegura e verde e incompleta; ainda penso que compreenderei melhor certas coisas quando for mais velha. Contudo, por bons minutos, motivada por uma trilha sonora que me chegou aos ouvidos no acaso aleatório do mp10, tive saudades. Saudades de tudo. Dos que passaram, dos que ficaram, de todos que fazem parte da minha versão pessoal de "Encontros e Despedidas", da Maria Rita. Sim por que, segundo o Mardônio, a música fala da vida, dos que se apartam e se apegam, das pessoas que vão e vêm de nós mesmos. E cada um tem um significado pras circunstâncias da letra. Por essas saudades, sinto-me mais velha.


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segunda-feira, setembro 07, 2009

Rente ao Chão ou A Rua do Por Debaixo dos Panos


São dez horas de uma manhã qualquer. A claridade cega os transeuntes, fazendo-os milhares de toupeiras a se esbarrar na correria trivial da José de Alencar. Homens e mulheres ceguetas recorrem ao Beco em busca de óculos escuros a 10 reais. Apesar do sol, uma rua da grande tenda é escura ainda. Ainda e sempre.


Nela, o chão em falso, de cimento batido, não é mais que um pretume disputado por restos. São eles que dizem onde estou, isso é lei em todo o Beco: em quaisquer ruas, o lixo conversa comigo e me diz dos vendedores e transeuntes, dos produtos vendidos e consumidos, de modo que, se me deitasse rende ao chão, saberia exatamente onde estou.


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O Beco em Dias de Sábado

Manhã


Sábado: o pior e o melhor dia para estar no Beco da Poeira. Pior para os clientes, melhor para os comerciantes. Apesar do calor, da sede e do completo desconforto, milhares de trabalhadores elegem a manhã de sábado para ir às compras, promovendo-se de vendedores a consumidores, ao menos uma vez por semana.


Hoje, o Beco está especialmente cheio: é véspera de Dia dos Pais. As modinhas femininas, campeãs de vendas, dão lugar a calçados, cintos, bonés e blusas de time. A mãe de família leva os filhos e a irmã, juntos escolhem lembranças para os pais e maridos. Os irmãos maiores repuxam bermudas, cuecas, calções de banho, sapatos e a camisa da mãe: não necessariamente nesta mesma ordem. O filho pequeno sacode-se impaciente nos braços da mulher, quer participar da brincadeira.


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