Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

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terça-feira, dezembro 29, 2009

Vozes na Cabeça ou O Que Pensar Depois de Hathaway em O Diabo Veste Prada

Muitas vozes tagarelando na cabeça. Precisava escrever. Não é fácil. Disse isso outra vez, vivo dizendo. Mas é difícil mesmo, difícil escrever. Eu não gosto disso. Não gosto do que faço.


Mas sei fazer, eu sei disso, ou talvez me contente com pouco. Desde muito nova fui assim, nas aulas de Física em que errava 16 questões de vinte e me orgulhava dos quatro acertos... sempre assim. Sou péssima em exatas, o vestibular que o diga. Já contei que só passei no vestibular por que anularam uma questão de Física?


Acontece que, na manhã em que soube que estava na segunda fase, disse para mim, pra quem estivesse perto: ninguém podia me segurar. Eu sabia que sabia português e história, estava em casa, ninguém me tiraria aquele lugar outra vez.


Não me sinto assim há tempos. Não me sinto em casa. Não me sinto confortável com o jornalismo como me sentia com o teatro ou o desenho ou 150 pessoas me vendo em cima de um altar, esperando que dissesse algo que lhes mudaria a vida... Isso não conta, não era eu naquele altar, definitivamente. Eu sei o que senti e isso não se nega.


Escrever não é estar em casa, pelo contrário, é uma tortura, dor, um precipício. Odeio escrever. Odeio ter que escrever. É... difícil.


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segunda-feira, dezembro 07, 2009

Lentes garrafais. Tenho enxergado melhor.

Tenho pensado mais. Sobre tudo. Minha cabeça adquiriu nesses últimos meses o triplo do tamanho, penso. Pretenciosamente ainda, sinto-me um tanto mais preparada pra, quem sabe, dar aulas. Descubro isso no rascunho da atividade, em pequenas coisas como dar conselhos jornalísticos no trabalho ou revisar textos de colegas. Vejo-me fazendo isso pra pequenos aprendizes, dando-lhes bons carões! Hehehe...


Há seis meses fiz uma cirurgia refrativa, que me devolveu à visão a uns olhos míopes de 7 graus e meio. Hoje finalmente ponho meus óculos antigos e consigo sentir a angustia de que experimentavam as pessoas que aproximavam minhas lentes garrafais dos seus olhos sadios. Eu nunca poderia saber que sensação esquisita era aquela.


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terça-feira, novembro 24, 2009

SAIU O LIVRO!!!!

SAIU, SAIU, SAIU!


Este post será curto e grosso!



ESTOU INDO PRA GRÁFICA IMPRIMIR MEU LIVRO-REPORTAGEM, MAS NÃO VOU ESPERAR MAIS!


AÍ ESTÁ POSTADO PARA QUEM QUISER LER!


HISTÓRIAS DE BECO ESTREA HOJE PARA O MUNDO!


http://issuu.com/mayara.carol/docs/livro_beco_oficial_-_para_issuu


MUITO FELIIIIIZZZZZ!!!!!

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segunda-feira, novembro 09, 2009

Sobre ontem e sobre amigos, ou seja, sobre todos os dias

Saímos ontem eu e Jana. Tomar uma cerveja, botar a conversa em dia. De fato, se cumpriu o que me disse a um ano atrás, antes de viajar pra Espanha: que bons amigos se encontram depois de muito tempo e ainda tem muito a falar. Creio que se a cerveja não tivesse começado a querer nos deixar tontas, não teríamos percebido que era hora de ir pra casa. Ficaram dois contos mal divididos, a desculpa pra nos vermos depois, uma outra hora, pra pagar a dívida. Está aceito o convite, pra agora agora não, mas está. Sei que as horas daquela tarde eram tempos preciosos que eu deveria ter gasto trabalhando nos projetos finais – sobretudo o de Estética, depois do carão que levei da Gabriela –, mas, Jana, eu não me arrependo. Vou correr e compensar esse tempo, vou dar um jeito.


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sábado, novembro 07, 2009

Eu, Jornalista - cansada e confusa...

Milhões de coisas na cabeça. Quando estou assim não consigo escrever. Sinto-me como um sujeito apavorado que se põe afônico de não saber o que dizer primeiro. A quinta-feira foi difícil, só hoje, sábado, conseguirem narrá-la. Foi um daqueles dias em que você se depara com tantas variáveis de uma constatação aparentemente resoluta que sua cabeça parece inchar feito um balão, de tantas dúvidas e certezas que aparecem. Meio incompreensível, né? Vou clarear as coisas. Detesto aparentar que minha vida se resuma a isso, mas é novamente o Beco.


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quinta-feira, setembro 24, 2009

Esmurre a Abril, os buracos, os ônibus e o Recife

A Editora Abril vai lançar um curso de jornalismo. O anuncio diz "você possui um curso superior completo em qualquer área e quer ser jornalista? Inscreva-se já!" ou qualquer coisa do tipo, mostrando que é preciso fazer um curso superior para ser alguém, mas não para jornalista. Eu quero esmurrar alguém.


Passo de ônibus agora à noite e uma dúzia de pessoas assistem na parada a alguma coisa. Caço, procuro a direção dos olhos e percebo que o foco é em mim, quer dizer, em nós, quer dizer, assistiam à performance dos veículos que insistiam brava e habilidosamente em desviar das crateras abertas na estrada. Literalmente assistiam, como a um filme, uma novela. A maioria deles sequer esperava um ônibus. E eu continuo querendo esmurrar alguém...

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quarta-feira, dezembro 10, 2008

Exploração costurada

Siga a linha tristemente lógica desta rede de exploração: na manhã de hoje, 10 de dezembro, faltando quinze dias para o Natal, mais de 70 policiais militares foram destacados para uma mega-operação contra a pirataria em plena avenida 25 de março, a metrópole da comercialização de produtos “genéricos” (ou, para ser bem regional, o que o Beco da Poeira quer ser quando crescer). Os relógios marcavam 7 da manhã quando os policiais sequer permitiram que o shopping abrisse as portas. Vendedores do lado de fora, mais de 50 lojas revistadas e produtos apreendidos que, segundo Nelson Vieira, advogado das multinacionais “contratantes” da busca, encheriam em torno de sete caminhões(vide portal G1)!

De pé das sete ao meio-dia, de olho no trabalho dos recrutas, oficiais de justiça e representantes de nove multinacionais fabricantes de materiais esportivos garantiam o relatório completo do cumprimento dos quatro mandados de busca e apreensão solicitados pelas ditas cujas. Nike, Adidas, Puma, Reebook, Louis Vuitton, Chanel, Dior, Levis e Everlast suspeitavam – vejam só – que na 25 de março acontecesse a venda de falsificações de suas marcas – não diga!

Segundo os próprios representantes destas empresas, como a Nike, o combate à pirataria é encampado com esmero não só por gerar prejuízos financeiros, mas por trazer danos a saúde do usuário. De fato, quantos trabalhadores e trabalhadoras saem para a labuta fazendo uso de tênis falsificados, sem conforto ou segurança necessários para agüentar o dia-a-dia puxado de uma fábrica, por exemplo?

Imagina-se então que as crianças de 14 anos (até de 12) que trabalham em tempo integral nas fábricas da Nike na Indonésia devem usar pisantes muito confortáveis. Os funcionariozinhos não têm condições humanas de trabalho, sofrem abusos verbais, pressão psicológica para cumprimento de cotas, riscos à saúde pelo contato com produtos tóxicos; trabalham 12 horas por dia, seis dias por semana, costurando bolas e camisas, cerca de 230 horas de serviço mensal só de horas-extras, mas os pisantes...

Repare a costura da lógica de exploração: o trabalhador de carteira assinada é explorado e recebe parcos salários; desemboca, então, no trabalho informal, em que é explorado pela práxis cotidiana do vale-tudo urbano, sujeita a roubos, acidentes, apreensão do rapa, concorrência desleal e nenhum tipo de garantia além do, também parco, lucro; o cidadão resolve, pois, trabalhar nos shoppings populares, o estabelecimento dá ares de segurança, mas o emprego ainda não concede garantias, muda apenas o explorador: os chineses; o chinês que é processado pela multinacional acusado de pirataria, exploração da marca alheia, por consequência, duas firmas chinesas e três lojas em Xangai tiveram de pagar , em agosto deste ano, mais de 46 mil dólares de indenização além de pedir desculpas em público a Nike, marca, por sua vez, denunciada por violação dos direitos trabalhistas em suas fábricas na Índia (em que maior parte dos explorados são mães solteiras e suas filhas), Indonésia, Tailândia, Paquistão e – veja só – China.

Nesta trama, não há mocinhos ou bandidos, são cegos guiando cegos, ou por outra, corruptos guiando corruptos, enquanto explorados guiam explorados, ao mesmo tempo em que exploradores furtam outros exploradores.

Aos que praticam esportes: as costuras de suas camisas, bonés e chuteiras nunca mais serão as mesmas.

Veja ainda:

Entrevista de Michael Moore com Phil Knight, o dono da Nike:
http://www.angelfire.com/art/antinike/outro.htm
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terça-feira, dezembro 09, 2008

Leitura: Jornalismo Investigativo, de Leandro Fortes

Jornalismo Investigativo, de Leandro Fortes, é uma revisita aos paradigmas da profissão. É retorno até mesmo para estudantes de jornalismo, pois que nos enveredamos por tantos caminhos da Comunicação Social e disciplinas afins, que, muitas vezes, deixamos que arrefeçam os debates próprios do exercício jornalístico. A obra, povoada de vozes - cujos donos talvez chamaríamos teóricos, mas que surgem, ao longo da narrativa, mais como companheiros de profissão -, abandona o caráter de livro de cabeceira e ganha ares de guia prático, livro de bolso. São dicas, sugestões, pitacos, como apelida Fortes, além de preciosos conselhos tanto a iniciantes como a velhos marujos, dados por nomes como Eugenio Bucci, Ricardo Noblat, Cláudio Tognolli e muitos outros.

Os assuntos abordados interligam-se como hipertextos, que se podem repescar a cada capítulo. Não por outro motivo: as questões polêmicas referentes ao jornalismo, às quais se pode, de fato, conceder a alcunha de paradigmas, estabelecem relações quase de causa e conseqüência, oriundas todas de dois grandes solos férteis: a formação técnica (escolar, acadêmica) do profissional e a formação pessoal, ética, do jornalista.

Uso do off, profusão das assessorias de imprensa, a internet como ferramenta da profissão, os esforços, os instrumentos; a necessidade de paciência, faro, clareza, coesão, responsabilidade com o que será publicado, respeito à fonte; as decisões solitárias inúmeras, os riscos de vida... todos esses quesitos – virtudes ou pecados – acerca dos quais refletir é sempre uma tarefa árdua, representam circunstâncias com que nos deparamos durante a jornada. Quanto a isto, Fortes, sabiamente, compreende que os subsídios necessários para lidar com essas questões emergem ora do que aprendemos em cursos ou percursos, ora do que entendemos por princípios éticos, daquilo por que, cremos, vale a pena lutar.

Com uma linguagem clara e honesta, Leandro Fortes conta histórias, exemplifica cada teoria mencionada, além de indicar sites de busca e bancos de dados de grande valia ao exercício cotidiano de apuração. Jornalismo investigativo é, em resumo, um daqueles livros que não deve ser lido, mas consultado feito dicionário.

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