Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

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terça-feira, abril 27, 2010

Uma tragédia anunciada, mas não ensaiada - considerações muito pessoais

Mais um ensaio sobre o Beco, escrito dias depois do acontecido. Antes do post anterior. Mais ácido e irônico, mais pessoal e talvez inconsequente. Tem horas que a gente só precisa pôr pra fora. 

Era ensaio, e era valendo. O dragão despertou e, àquela primeira semana do mês de abril, fez o que há muito prometera: com fogo nas narinas, reuniu a cavalaria, tapou a vila de tapumes e mandou brasa. Ninguém entra, todo mundo sai. E acabou-se o que era Beco.

Melhor contar a história com um tanto mais de lucidez, antes que seja má interpretada. É preciso desdizer o gostinho de truculência e de unilateralidade deixado pelo parágrafo anterior. Houve sim o uso da autoridade, distante alguns metros do conceito de autoritarismo.

Ocorre que a ordem de despejo, que mais parecia com um gentil pedido-implorado para que educadamente se retirassem, já estava mais que vencida. Fedia na cova. E, enquanto escrevo, pensando cá se não estou fugindo à razão, recordo vivamente a fala de dona Gorete, vendedora do Beco desde a fundação, dizendo-me que quando foram para lá, há 18 anos, já havia o projeto do Metrofor, "a gente já sabia que ia ter que sair de lá". Duas décadas de aviso, diz pra mim se o defunto não estava podre?
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sábado, abril 24, 2010

Quem julgará a menina Angelina? Quem fará igual?

Escrever sobre a indústria cultural e principalmente fonográfica, quando não é ofício de muitos jornalistas, torna-se um dos passatempos prediletos deles. Eu que o diga. O universo da música e dos músicos muito me agrada, pois revela consideravelmente, sob outras lentes, o nosso tempo, afinal, os artistas que marcam a história da sociedade ou simplesmente a de nossas vidas são aqueles que deixamos eclodir. Por isso a diferença que aponto entre público e pessoas. O primeiro é aquele que permite ao artista a exposição do seu trabalho e da sua vida, o segundo, por sua vez, é tão somente um ouvinte, às vezes fruto do acaso.

Formada então por pessoas, públicos, artistas, gênios, ídolos e desafetos, a história da música mundial, sobretudo a indústria do som, recorda-me uma montanha-russa: o trajeto é fundamentalmente o mesmo, mas a cada nova manobra, ainda que prevista, causará sempre reações inesperadas. Em 2008, a meu ver, pode-se dizer que os “carrinhos musicais” do mundo deram mais um loop. Um ano antes da perda de Michael, o mundo já reparava a emersão de uma jovem cantora da noite norte-americana, apenas um ano mais velha que esta nada famosa autora, descoberta entre os corredores do estúdio de Akon, com a boa e má intenção de revolucionar diversos elementos da música pop e eletrônica, além de aprimorar um dos mais significativos legados deixados pelo rei moonwalker. Intenção, aliás, talvez não seja a melhor palavra. Pode-se dizer apenas que ela – a seu modo – deixou suas digitais no mundo da música, propositadamente ou não.


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