quinta-feira, dezembro 17, 2009
Músicas Conhecidas e Desconhecidas ou Passeando Pelos Palcos da Net 03:41
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Aos Maciel, sobre cães e amigos. 01:13
À família Maciel,
Tobias e Mel estão lá fora, ao quintal. Quando abri o portão, ele corria feito um louco enquanto ela procurava uma cadeira para subir. Ela sempre faz isso, é pequena demais e o Tobias não me deixa falar com ela no chão, coitadinha precisa subir em algo para se livrar dos ciúmes do gordo. Estão ambos, contudo, seguros e saudáveis, aparentemente. Nunca sabemos quando chega a hora, a vida não nos prepara para isto. E, no fim, temos sempre a impressão de que estavam tão bem, quando de repente... Eu sinto muito. Sinto pelas palavras de conforto que mal saíram da minha boca ontem. Em tempos de perda, as palavras se calam mesmo, e o que vale, creio, são os ombros, as mãos, os olhos chorosos. Estes estavam lá.
quarta-feira, novembro 25, 2009
Uma música para o último adeus 08:47
Todo mundo tem aquelas músicas que gostaria de ouvir em seu enterro, ainda que, pela lógica, nós não estejamos lá para ouvir. De qualquer modo, é sempre bom deixar umas coisas registradas antes de partir, como se é ou não doador de órgãos (Por sinal, SOU DOADORA!), para quem deixará suas coisas e como quer que ocorram os cerimoniais da despedida.
O assunto é um tanto funebre, mas necessário. Eu penso nisso. Penso sempre, se querem saber. Já escrevi testamentos algumas vezes até, nada sério, nada publicável. Mas penso quem serei eu quando for embora, como as pessoas lembrarão de mim, por que feitos, que frases, músicas, sabores...
Eu lembraria de mim se visse bons desenhos, pintores como Frida Kahlo e Goya; se ouvisse Kings of Leon e comesse comida chinesa. Lembraria de mim se assistisse Peixe Grande e outras Histórias, do Burton, por que o enterro do velho protagonista é exatamente como eu espero que seja o meu: todas as pessoas com quem ele contracena no filme, todos os amigos que fez ao longo da trajetória, vão ao bosque assistir sua partida.
terça-feira, novembro 03, 2009
Meu aniversário 23:33
Hoje é meu aniversário. Surreais todos esse processos orgânicos, metabólicos, cerebrais e epistemológicos que, pela lógica, devem acontecer na noite e madrugada diretamente anteriores à tal manhã em que você acorda e todos podem dizer que você está mais velho. Será mesmo? Do que eu tenha notado, desde o aniversário de vinte anos sou a mesma pessoa. Fisicamente, entendem? Talvez tenha engordado um pouco, mas quase nada está diferente. Não sinto ter pés ou mãos maiores, não vejo este tal crescimento que se deveria perceber, eu acho. Talvez isso aconteça por que é verdadeira a prerrogativa de que crescemos em torno das nossas orelhas. Uma maldição ter orelhas tão pequenas quanto as minhas.
quarta-feira, setembro 16, 2009
Sobre o pensamento e o gravador 17:24
Já disse e pensei isso muitas vezes: queria demais poder escrever ao falar. Entende? Ir pensando e o pensamento sair escrito, sabe? E a voz do pensamento sair traduzida em texto, assim direto, por que tem coisas que penso e falo com essa voz do pensamento que saem tão bem ditas e tão logo - puft! - se apagam.
Talvez por isso eu às vezes pareça falar sozinha. Eu queria gravar tudo, eu já pense nisso, mas não é possível. Primeiro por que a voz do pensamento falada não é a mesma e depois, ainda que fosse, nesse mundo em que a gente vive é proibido falar sozinho. Já perceberam isso? É proibido.