Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

terça-feira, novembro 03, 2009

Meu aniversário

Hoje é meu aniversário. Surreais todos esse processos orgânicos, metabólicos, cerebrais e epistemológicos que, pela lógica, devem acontecer na noite e madrugada diretamente anteriores à tal manhã em que você acorda e todos podem dizer que você está mais velho. Será mesmo? Do que eu tenha notado, desde o aniversário de vinte anos sou a mesma pessoa. Fisicamente, entendem? Talvez tenha engordado um pouco, mas quase nada está diferente. Não sinto ter pés ou mãos maiores, não vejo este tal crescimento que se deveria perceber, eu acho. Talvez isso aconteça por que é verdadeira a prerrogativa de que crescemos em torno das nossas orelhas. Uma maldição ter orelhas tão pequenas quanto as minhas.



Hoje é meu aniversário... Taí uma puta data cultural. Ela diz da nossa história, de que existimos a partir daquele dia, das 3 e 30 da madrugada do dia 4 de novembro de 1987. Desde então, o dia 4 nunca mais será o mesmo num raio equivalente ao numero de pessoas que sabem que hoje é seu aniversário. Você marcou o dia. Naquele dia de aniversário você é especial, e as pessoas que lhe amam dão presentes: materiais, escritos, falados, ou fazem cotinhas dias antes pra lhe comprar algo, ainda que seja um bolo, velinhas, um cento de salgado. E mesmo que o seu Orkut esteja tão abandonado às traças quanto o meu, ele vai recordar a milhões de pessoas que é seu dia e elas deixarão recados, na certeza de que você, algum dia, vai lê-los.


Eu gosto de todas essas coisas, desse clima. E respeito o orkut. Prefiro uma ligação, LÓGICO. Mas respeito.


Quando eu estudava no cursinho, lá onde o cara que mais implicava comigo (ainda que pedisse ajuda na hora de corrigir a redação) me disse uma vez que meu lugar não era ali, mas na Universidade, eu brincava dizendo que meu aniversário era como casamento de judeu, durava uma semana. E as meninas entravam na dança: todos os dias tinha parabéns e aquela algazarra no meio da rua, a caminho do lanche na padaria escondida atrás do Benfica, a qual nunca mais visitei.


Hoje eu relembro aquele aniversário e acho bom o cheiro de salgado recém saido do forno e o som das tampinhas de garrafa zunindo nas calçadas, bolas de futebol que tocávamos umas pras outras até onde desse.


Eu recordo outros aniversários também, mas não gosto muito dessa nostalgia esquisita. Recordo por que vêm à cabeça, nada filosófico demais.


Pois é isso, hoje é meu aniversário e meu primeiro dia de trabalho como jornalista responsável por uma revista, jornalista mesmo, ganhando o piso e tudo. É dia de pensar o trabalho de estética, de catar tudo o que diga respeito à revista e formular de vez uma reestruturação do projeto editorial do produto.


E mesmo que nada de mais aconteça hoje, será sim um dia de não esquecer.

1 comentários:

dhenis disse...

acredite, ninguem sabe que é hora de crescer, isso acontece, as vezes por escolha, as vezes, como consquencia. vc está crescendo, não só e anos, mas isso só realmente acontece quando vc escolhe e toma posse desse crescimento. faça por onde, confio em vc.

ficou parecendo auto-ajuda né?! desculpa, a intenção era das melhores.

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