À família Maciel,
Tobias e Mel estão lá fora, ao quintal. Quando abri o portão, ele corria feito um louco enquanto ela procurava uma cadeira para subir. Ela sempre faz isso, é pequena demais e o Tobias não me deixa falar com ela no chão, coitadinha precisa subir em algo para se livrar dos ciúmes do gordo. Estão ambos, contudo, seguros e saudáveis, aparentemente. Nunca sabemos quando chega a hora, a vida não nos prepara para isto. E, no fim, temos sempre a impressão de que estavam tão bem, quando de repente... Eu sinto muito. Sinto pelas palavras de conforto que mal saíram da minha boca ontem. Em tempos de perda, as palavras se calam mesmo, e o que vale, creio, são os ombros, as mãos, os olhos chorosos. Estes estavam lá.