Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

Mostrando postagens com marcador ônibus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ônibus. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, novembro 11, 2009

O casamento

Os noivos se encontraram no terminal, sim, o noivo viu a noiva antes do casamento. Ia simples, um vestido pastel. O moço combinava com ela em blusa creme, manga comprida, e a calça social marrom, a roupa de domingo. E os amigos brincaram que ele pegasse o primeiro ônibus e a moça, o segundo, a fim de que se cumprisse a tradição da noiva se atrasar. Foram juntos, contudo, e chegaram ao cartório pontualmente. Na sala com ar condicionado, o nervosismo. O canário belga do relógio de passarinhos, na parede, não cantava. Que cantasse, cantasse logo! Os padrinhos deram seus rins para pagar um táxi do Siqueira à Aldeota e não receberam troco, mas chegaram em tempo. Era a hora. Na salinha de casórios, outros cinco casais davam seus sim’s enquanto os poucos parentes revezavam-se na melhor posição para registrar tudo. Terminada a breve cerimônia, mais algumas fotos: “segura o certificado, agora foto de frente e de perfil, muito bem, tá preso, rapaz!”


--> Leia mais...

sábado, setembro 26, 2009

O místico no ponto de ônibus

Havia um homem sentado no muro. O escuro caíra há um quase nada e o arredor do Benfica ia empapado de gentes. A chusma que sempre se forma às seis da tarde, progresso do burburinho que começava às cinco e agora já é latente desde as quatro, estava presente, sacudindo-se em busca de um transporte, pescoços de girafa alongado a mais não poder sobre as cabeças uns dos outros, enxergando parangabas, mucuripes e Joões Pessoas. Cinco da tarde, nesses tempos de buracos tapados com poeira e carros enormes lotados de uma só pessoa, já é hora maldita de raiva e impaciência. De ônibus e motoristas tão dormentes que, por isto mesmo, renegam a impaciência dos passageiros: mudam a rota, passam direto. Na aglutinança de suor, exaustão e olhos no relógio, o homem simplesmente estava sentado no muro.


--> Leia mais...

// compartilhe

Share |