Os noivos se encontraram no terminal, sim, o noivo viu a noiva antes do casamento. Ia simples, um vestido pastel. O moço combinava com ela em blusa creme, manga comprida, e a calça social marrom, a roupa de domingo. E os amigos brincaram que ele pegasse o primeiro ônibus e a moça, o segundo, a fim de que se cumprisse a tradição da noiva se atrasar. Foram juntos, contudo, e chegaram ao cartório pontualmente. Na sala com ar condicionado, o nervosismo. O canário belga do relógio de passarinhos, na parede, não cantava. Que cantasse, cantasse logo! Os padrinhos deram seus rins para pagar um táxi do Siqueira à Aldeota e não receberam troco, mas chegaram em tempo. Era a hora. Na salinha de casórios, outros cinco casais davam seus sim’s enquanto os poucos parentes revezavam-se na melhor posição para registrar tudo. Terminada a breve cerimônia, mais algumas fotos: “segura o certificado, agora foto de frente e de perfil, muito bem, tá preso, rapaz!”