Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

Mostrando postagens com marcador camelô. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador camelô. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, setembro 23, 2009

O labirinto ambulante no labirinto do tempo

“São quatro ripas do esqueleto. Mais uma na parte de cima pro toldo e duas embaixo pra cama de gato que segura a mesa: outras duas ripas mais grossas juntas com prego. Só no final vêm as sacolas da mercadoria e as bonecas pra servir de mostruário. As tiras de pano seguro calafeta a armação. Hoje usam ferro. Uns cilindros pretos, finos, que se encaixa feito canudo, mas naquela época... Era luxo o ferro. Parecia que demorava a montagem, mas não era. E se era, acabava não sendo: a gente acostuma”.


O Camelô não aprendeu a montar barraca com ninguém. Deve ter visto o pai ou a mãe, ou os dois, amarrando as linhas de madeira, e aprendeu. Disso não há nenhuma memória afetiva: montar barracas não fica, não marca, não é nada de mais. No fim das contas, diz-se que vida foi quem ensinou – quem mesmo, assim como se fosse gente. Foi ela quem ensinou: a montar, amarrar, fazer cama de gato, dobrar roupa, ensacar, vestir boneca, vender, desarmar e correr. Tudo o mais rápido quanto fosse necessário.



--> Leia mais...

// compartilhe

Share |