Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Sobre ontem e sobre amigos, ou seja, sobre todos os dias

Saímos ontem eu e Jana. Tomar uma cerveja, botar a conversa em dia. De fato, se cumpriu o que me disse a um ano atrás, antes de viajar pra Espanha: que bons amigos se encontram depois de muito tempo e ainda tem muito a falar. Creio que se a cerveja não tivesse começado a querer nos deixar tontas, não teríamos percebido que era hora de ir pra casa. Ficaram dois contos mal divididos, a desculpa pra nos vermos depois, uma outra hora, pra pagar a dívida. Está aceito o convite, pra agora agora não, mas está. Sei que as horas daquela tarde eram tempos preciosos que eu deveria ter gasto trabalhando nos projetos finais – sobretudo o de Estética, depois do carão que levei da Gabriela –, mas, Jana, eu não me arrependo. Vou correr e compensar esse tempo, vou dar um jeito.



Sobre todas as coisas conversadas, se me perguntassem, não saberia lembrar metade completamente, por que começávamos um assunto e terminávamos em outro bem diferente, não pela cerveja, acho que não. Sou verborrágica, tagarela, admito, e você também me saiu uma boa tagarela. Falar de jornalismo com alguém que, como eu, deseja fazê-lo sem chefia ou editores é muito enriquecedor, e o clima de responsabilidade, de papo sério, que me ficou de ontem vai ajudar na entrevista de hoje com Luiza Perdigão, secretária do Centro da Cidade.


É engraçado como amigos que há mais um ano não saem pra conversar podem ter tanto assunto e outros, que não vemos a meses, no máximo, dias até, nos escapam das mãos. E se tornam aquelas pessoas conhecidas, que tememos encontrar sentadas do nosso lado no ônibus por que não temos o que conversar. Eu temi que algumas pessoas se tornassem essas, mas não posso lamentar muito: não creio ter me esforçado tanto pra que isso não acontecesse.


Vou embora agora. Aos amigos e ao amor que passarem por aqui, marquemos cervejinhas. (Tudo bem, Mardônio, pode ser Vodka, blz?) É bom por conversas em dias, mesmo quando estamos aperreados. São elas que nos mostram que talvez não tenhamos só duas ou três “tags” pra explorar num diálogo. Um cheiro a todos, vou correr e estudar a relação afetiva entre a musica e o homem, explorada pelos jingles de remédios (sim, por que, mesmo na Universidade, sempre existirão coisas que a gente estuda sem saber pra quê).




As frases mais twitáveis de ontem, as vencedoras:


“Tem gente que põe a boca em cada coisa depois vem falar que não se submete a nada, e se eu quiser lavar a cueca do meu marido por que eu quero, isso não é um problema meu?”


“Eu respeito quem faz Organologia. Respeito quem estuda coisas estranhas, sim por que eles tem um diploma, e o diploma deles serve pra alguma coisa!”


“Que arte contemporânea é essa que não toca? Que não mexe com a gente? Arte é como a Clarice disse, é aquela que faz a gente parar na correria, parar pra pensar na vida, arte é isso.”


1 comentários:

Jana disse...

É, May. Conversar com você não pode deixar de ser um prazer, além de um RedBull para os planos jornalísticos - é recíproco. Sabe que a bicicleta foi bem retinha até em casa! A alma dos ébrios tem santo forte.

Amor,

Postar um comentário

// compartilhe

Share |