Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

sábado, dezembro 12, 2009

E agora, José? Onde estão os tais novos horizontes?

Tudo muito novo para falar com clareza. Pulei do abismo sem cordas desde ontem à tarde: ainda estou caindo.


A expectativa em torno do que eu possa vir a ser pesa toneladas. É, Drummond, vir-a-ser não parece uma atividade fácil. A realidade é que talvez novos horizontes até possam mesmo ser vislumbrados, mas ainda estou falida. Ontem tudo pareceu gigante, minhas potencialidades, meu futuro, minha profissão, a carreira acadêmica... mas hoje a fatura do meu cartão venceu e me puxou pelos cabelos de volta ao presente. Um senhor puxão. Agora, neste momento, eu sou o que? Uma recém formada, com emprego, mas sem dinheiro. Pior: sem coragem de procurar outro, por que gosto desse, apesar de tudo, e por que não me vejo exercendo jornalismo de redação ou assessoria de imprensa. Talvez eu fizesse rádio ou um jornalismo de revista em que pudesse ir à campo, não sei ao certo.



Não, eu não sou tão decidida assim.


Nesse instante, as únicas possibilidades são:


- Estudar desenho, montar um bom portfólio e tentar pegar uns freelas.


- Divulgar os serviços da Cartuna e lotar meus tempos livres com caricaturas sob encomenda.


- Voltar a estudar português: ortografia, gramática, sintaxe...


- Unir os estudos de desenho com leituras sobre jornalismo e montar um bom projeto de mestrado.


- Sobretudo: caçar uma faculdade que me queira como professora (o que dificilmente se consegue sem mestrado :[ ).


- E mais sobretudo ainda: escrever outro livro-reportagem! (mil ideias na cabeça)



Acordei pensando nisso. Em tudo. No que quero fazer da vida. Quatro anos lutando por este momento, por poder acordar numa manhã e dizer: "estou formada, não vou mais à universidade"... Abri os olhos às 07:30, reparei o teto e pensei: "Meu Deus, não vou mais à universidade! O que será de mim? E agora?"


Não enxergo ainda os tais novos horizontes. Devo estar míope como a seis meses, antes da cirurgia refrativa. Devo estar impregnada desse espírito de vida mediocre: trabalho, dinheiro, despesas... Quem sabe isso realmente me cegue, mas ocorre que não vejo outro modo de realizar certos sonhos sem estabilidade.


E eu nem tenho tantas ambições. Uma mesa de desenho, uns lápis, um bom computador, um carrinho usado, salário certo no fim do mês pra renovar a vida, formar uma família.


De onde estou agora, ergo a cabeça e enxergo apenas um 2010 incerto.


Ainda estou em queda livre.

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