Venho aqui e vou embora, trazida por uma inspiração soluçada. Leio, trabalho, dirijo, converso e pronto: apareço, escrevo umas linhas. Apareça também, sempre, quando em vez, assim como eu. E seja bem-vindo.

terça-feira, novembro 17, 2009

Sobre embargos, valentia jovem e a palhaçada do China In Box

Postando depois de muito tempo. Estive doente esses dias. Doente, sem internet nem celular, ou seja, isolada do mundo. O livro naturalmente andou por isso. Escrevi umas paginas no caderno pra quando tivesse um computador com internet por perto, e cá estou.


Escrever sobre os dias é confortável, terapêutico até, embora eu pense, pense mesmo em como os assuntos se esgotam e as ideias revolucionárias se repetem. Estive longe daqui: um pecado. Sinto-me devedora a todos que estiveram aqui e encontraram posts antigos. Desculpe.



O livro está 80% fechado. Meus amigos e familiares temem por ele, temem por mim e eu me orgulho de estar metida até a tampa numa briga de vizinhos que se mostrou grande, de fato. Para isso, três palavras: imaturidade, egocentrismo, amadorismo. Para o livro, outras duas: responsabilidade social, cidadania. Se sai o financiamento.... se sai o financiamento pode ser que não dê em nada mesmo, que o lançamento passe, o alvoroço aquiete e a espiral do silêncio engula tudo. Eu quero ver a minha cara quando isso acontecer.


Chega disso também.


Domingo fora indizível, companheiros,trocar o cinema por uma mesa de conversa à beira do cantinho do Via Sul que mais parece um aeroporto foi uma ideia genial: de quem foi mesmo? heheheh. Devíamos fazer mais vezes.


Contudo, de tudo o que falamos, ficou a certeza latente de como nos traímos. De que a nossa valentia de discurso talvez não seja exemplo pra ninguém por que, no fim das contas, não adianta reclamar que o China in Box só vende refrigerante em lata para as mesas e não 2litros pra ganhar quase o dobro com líquidos, se não estamos dispostos a levantar da mesa e dizer: "se não pudermos comprar 2litros, cancelamos o pedido! Que prejuízo você quer? 4 conto de refri ou 60 de comida?". Não adiantaria por conta dos embargos. Quem come no China In Box, companheiros, está disposto a aceitar aquela palhaçada de refri em lata. E se queríamos mesmo comer ali, era preciso dançar conforme a música.


Eu penso sobre isso: embargos, represalias.


Lembrei do filme do Michael Moore, Dh, do Sicko. Quem não viu, veja. Eu mesma vou ver de novo, já que dormi de doente o filme quase todo. É sobre os planos de saúde dos Estados-Unidos e fala disso: embargos, represalias, a quem talvez nem mereça, a quem só queira apresentar alternativas. Tudo o que fazemos gera consequências: é falta de juízo não pensar nelas, mas falta de coragem pensar demais.


Gostaria que metade dos planos arquitetados naquela mesinha do Via Sul saísse do papel. As críticas abertas aos transportes públicos de Maranguape que, por meio de um cartel explícito e carimbado por uma prefeitura impotente e indecente, cobra quase 8 reais diários a um trabalhador pelo trajeto Fortaleza-Maranguape (ida e volta); o "pensando na vida", um lance meio café filosófico nas escolas, com convidados e palestras... a casa em Fortaleza estilo Friends talvez possa esperar, quer dizer, digo por mim, jamais os impediria de qualquer decisão. Teriam meu total apoio. Pra tudo, todas essas ideias, se amadurecidas, planejadas.


Obrigada pelos dois livros negros da coleção 40 anos 40 livros. Desde que a vi - a coleção completa - retumbando numa estante da Livro Técnico, nas proximidades da Monsenhor Tabosa, disse a mim mesma: não sossegarei até ter todos eles. Agora faltam 35!


TENHO:


- O amante da China do Norte, de Marguerite Duras


- O Senhor das Moscas, de William Golding


- Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa


- Bonitinha, Mas Ordinária ou O Beijo no Asfalto, Nelson Rodrigues


- A Linguagem Secreta do Cinema, de Jean-Claude Carrière



Amo a todos. Todos. Apesar de tudo.


Dia 20tem Vanessa da Mata na Praça do Ferreira. Quero estar lá, para rir ou chorar: dia 20 também sai o resultado do financiamento do BNB.


Nos Vemos.



SERVIÇO:




SOBRE O FILME SICKO







SOBRE OS LIVROS DA COLEÇÃO 40 ANOS, 40 LIVROS

http://www.novafronteira.com.br/busca/index.asp




SOBRE O SHOW DA VANESSA DA MATA

http://opovo.uol.com.br/diversaoearte/agendacultural/928838.html

3 comentários:

Don disse...

"...e o carinha do rádio não quer calar a boca, ele quer o meu dinheiro e as minhas opiniões. Ora, se você quiser se divertir, invente suas próprias canções".
Essa música (marcianos ivadem a terra) do Legião Urbana, resume esse nosso domingo, nossas conversas, sonhos, planos, traições próprias e o momento, afinal, nesse domingo nos divertimos fazendo nossas próprias canções.

Sidney disse...

Fazer nossas próprias canções, mas não vamos deixar a peteca cair meu povo, vamos espalhar nossas canções!!!

Dhenis disse...

como não estive la não pude dizer, mas tenho mantido insistentes contatos com representantes do poder público sobre as passagens, a resposta eh sempre a mesma: mobilização popular. o problema eh que não nos tocamos de como estamos me uma era em que isso não eh possível apenas nos moldes clássicos de maio de 1968, temos a internet, se enchermos a caixa de e-mail dos detentores do poder instituído eles não poderão nos negar...

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